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26-10-2004

Homo Point?


Univer(sal)idades

Como será o futuro das relações humanas? Diante do aperfeiçoamento imparável das Novas Tecnologias, conseguiremos preservar a essência do humano (e humanismo) que residirá na comunicação pessoal? Não sabemos responder com clarividência a estas questões. O que sabemos é que, estudos realizados o mostram cientificamente, quanto mais capacidade tecnológica em comunicar, mais o tempo foge. Parece quase um certo ‘contraditório’ vindo das próprias tecnologias da informação e comunicação que reclama um repensar humano de tantos hábitos já instalados.

É como tudo, quando é novidade! Se, há bons anos, uma apresentação de ‘slydes’ faria silenciar pela novidade uma sala de alunos, há breve tempo uma apresentação Power Point continha em si um misto criativo de imagem e texto capaz de efectivamente sensibilizar. Hoje, diante de um certo excesso de tudo quanto diz respeito à imagem, será cada vez mais de salientar que não há cartaz, slogan, cor, imagem, fantasia?que substitua o querer, a motivação, a própria vontade. No despertar das motivações positivas, encontram-se hoje os maiores desafios.

Nos EUA, na campanha para as eleições da presidência, assiste-se a um crescente espectáculo, um investimento em milhões que visa ‘cegar’ o eleitorado com informação. Cada vez em dimensões maiores, procura-se preencher todo o espaço com as mesmas mensagens em letras bem gordas?na esperança que assim talvez alguém leia! Já analistas dizem que se está perto do ponto de saturação.

O mesmo perigo de saturação poderá ocorrer quando se pensa que basta uma boa sequência em Power Point e está tudo feito. Chegará um conjunto de imagens a seco? Não estaremos, num certo excesso, a tecnlogizar tudo, a substituir dimensões tipicamente humanas com as máquinas? Semelhante à martelada de Miguel Ângelo (na Renascença) à sua brilhante estátua de Moisés, gritando “fafa Moisés”, queremos levar a inteligência artificial a um nível quase-humano e desumanizar a pessoalidade dialogal que nos caracteriza. Há já muita gente, nos diversos níveis, que vão reclamando para nunca esquecermos e revalorizarmos as Tradicionais Tecnologias da Comunicação (TTC), a palavra, a voz! Não chegará nunca umas imagens sequenciadas em Power Point; será sempre necessário o diálogo, debate, interactividade.

Nesta tarefa de fazer regressar pessoas point à realidade humana empenham-se inúmeros ciberpsicólogos, já não só nos EUA. Devido ao perigoso excesso de uso das telcas e navegações da net, no vício levado ao limite, são milhares e milhares as pessoas que perderam a sua própria pessoalidade criativa e já num estado de loucura são apoiados por estudiosos das psicologias das áreas da cibernética. Trata-se de uma realidade que questiona, grandemente, o nosso tempo e desperta para uma tomada de consciência em que cada vez que existam mais meios tecnológicos, novas dificuldades nas relações humanas advirão. Também é oportuno referir que são já muitos os divórcios que têm como causa a hiper-ocupação, ou mesmo vício, nas Novas Tecnologias. Tecnologias que não têm qualquer culpa, mas que em cada ligar e desligar significam uma opção da parte do utilizador.

As tecnologias da comunicação não precisam de qualquer elogio. Quem se tem dedicado à sua investigação e inteligência merece sim esse reconhecimento, tal como em todos os avanços do mundo científico nos diversos quadrantes. E também as possíveis interpretações extremistas, por reacção à realidade, a ponto de não usar computador, nem telemóvel,? no respeito por toda a liberdade, acabam por ser análises como quem estivesse fora do mundo. Será possível a alguém, empenhado na vida real do mundo ocidental, hoje viver sem relógio, sapatos, roupa, medicamentos,?? (Mesmo sabendo que se não existissem não sentíamos sua falta?)

Não são as ‘coisas’ que têm o limite em si mesmas. Consistirá sempre um grande apelo, situado o uso moderado das tecnologias, salientando a calorosa relação humana como o segredo da verdadeira e fecunda comunicação. Como contraponto ao trabalho informático diário, num esforço de equilíbrio, muita gente já em sua casa de habitação não quer ter computador, optando por falar com as pessoas da família, criando um ambiente humano saudável? Residirá neste preservar de espaço para o essencial da vida muito do segredo da felicidade comum.

Quem dera, para bem de todos nós - ‘pós-homo-sapiens-sapiens’ e às vezes só ‘homo erectus’ - um Power Point cheio de frescura e de vida, onde fosse possível todos pintarmos as mais belas paisagens da incomparável comunicação humana! Ou não fosse o brinquedo criado manualmente pelas crianças bem mais educativo que qualquer game boy individualista!

Alexandre Cruz*

Centro Universitário de Fé e Cultura


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